Comunicades deste mês

Comité Central, domingo, junho 11, 2006

  Smart & creative...

Três prisioneiros de Guantanamo conseguiram suicidar-se.
Após 4 anos de detenção, à margem de qualquer legalidade, além do "quero, posso e mando" típicamente ditado pela Lei do mais forte, e após, ao que parece, muitas tentativas prévias, houve três que conseguiram. Arranjaram maneira de usar lençóis e fronhas, de maneira "criativa", para consumar o acto. Aposta-se que não há mais mudas de cama em Guantanamo, o pessoal que durma sem roupa: é um luxo perigoso que os filhos de Alá usam como arma de guerra. É de espantar que os Estados Unidos não tenham reconhecido anteriormente a sua perigosidade: fartaram-se de procurar por armas de destruição maciça e não deram por esta, uma coisa ali mesmo à mão que pode matar milhões. Tantos quantos, no Islão, têm direito a dormir em lençóis.

Óbviamente é algo que Bush deve dar ordens para corrigir, isto é, a tropa deve recolher todos os lençóis e fronhas do Iraque com prioridade máxima, não vão eles começar a usá-los como arma de guerra contra os Estados Unidos. Segundo o comandante do campo de detenção foi exactamente isso que os três prisioneiros fizeram:

Guantanamo camp commander, Rear Adm Harris said he did not believe the men had killed themselves out of despair.
"They are smart. They are creative, they are committed," he said.
"They have no regard for life, either ours or their own. I believe this was not an act of desperation, but an act of asymmetrical warfare waged against us."


Esperteza e criatividade: aquilo não foi um acto de desespero mas um acto de guerra contra os americanos...

Mas que grandessíssimo palhaço está à frente daquilo. Não, não é do país, isso já a gente sabia, é do campo... Que monte de bosta fardado toma conta deste campo de concentração, à margem de tudo, de todos e de qualquer legalidade ou ponta de moralidade. A Cruz Vermelha, que no início da 2ª Guerra até deu nota máxima, 5 estrelas, aos campos de trabalho que os alemães tinham para os judeus, está farta de pedir o fecho deste campo. Portanto a coisa deve ser séria. A comunidade internacional é tão fácil de enganar quando não quer ver... desde que não bata à nossa porta não há problemas.

Com que direito é que um qualquer bando de malfeitores, colocado fraudulentamente à frente de um país, detém cidadãos de outros países sem apresentar qualquer razão objectiva?
Noutros tempos isto significava a guerra. Hoje em dia ninguém que é gente se arrisca sequer a criticar quanto mais a contrariar ou fazer frente ao bando de malfeitores que está à frente da única superpotência restante: quem é que quer ter uma visita daquelas que o Iraque teve?

O problema é que a bosta que comanda o campo é um produto típico da sua cultura e o tipo de "cultura" que produz este género de pessoas bosta é altamente perigoso. É gente de mente completamente disforme. São alienados sem o saberem. Têm uma visão distorcida do mundo e das outras sociedades. São condicionados por todo um sistema criado e mantido para produzir grandes quantidades de idiotas fáceis de manobrar. Muito poucos conseguem fugir a este condicionamento. Apesar de se acharem muito diferentes, na base não estão muito longe da Coreia do Norte (onde se acredita piamente que todos os passarinhos se calaram simultâneamente quando Kim Il Sung morreu). É apenas uma questão do método empregue para a disseminação da coisa ser de natureza diferente. Contráriamente ao outro dos passarinhos este tem visões em que "Deus" lhe diz o que fazer. O Vaticano, mais experiente nestas coisas, difícilmente confundiria os sintomas do delirium tremens com visões divinas.

Este é o tipo de "cultura" que produz, difunde e defende ideias como as da eugenia, da pureza e superioridade da "raça", da limpeza étnica e cultural, da superioridade do mais forte, das raça "inferiores", etc., etc. Enfim todo o género de diarreia mental com que nos tem contemplado esta sociedade, coisas que vão do Klu-Klux-Klan ao "Inteligent Design". É o tipo de cultura que fácilmente presume que "quem não é por nós é contra nós". É o tipo de cultura que parece resultar da própria base anglo-saxónica de onde provém: por onde essa base tem perdurado vêm-se todas estas coisas e mais a omnipresente mania da superioridade.

A única diferença óbvia entre isto e outro Reich saxónico é que aqui, de cinco em cinco anos, havia eleições. Limitadas mas ainda assim "eleições". Mas isso também se pode ultrapassar, as últimas 2 foram autênticas farsas... e no outro caso o Adolfo também lá chegou por eleições!

Infelizmente a cultura nivela-se por baixo. Tem sido sempre assim. Portanto é esta cultura limitada e tacanha que vai perdurar e dominar por muito tempo, fazendo tábua rasa das outras e reescrevendo a História a seu belo prazer.

Ave Caesar! Morituri te salutant...

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Comité Central, sábado, junho 03, 2006

  Pontos de vista

O Comité nunca entendeu muito bem essa questão da divisão Norte/Sul. Tirando os casos do Polo Norte e do Polo Sul, as posições dos outros locais são sempre coisas muito relativas: Lisboa está a Norte de Marrocos, o Porto está ao Sul de Vigo e Marrakesh é ao Norte de Dakar. Para ilustrar a relatividade destes pontos de vista transcrevemos uma pequena história:

Um dia um lisboeta decide ir ao Porto visitar a sua família. Como era a primeira vez que ia a esta maravilhosa cidade, resolveu dar uma volta para a conhecer melhor. A certa altura, mesmo ao pé da torre dos Clérigos, vê um menino a ser atacado por um Dobberman. Seguindo o seu instinto, corre para junto do pequeno e atira-se para cima do cão. Depois de uma luta intensa e desesperada o corajoso homem consegue agarrar o pescoço do cão e sufoca-o até à morte.

Exausto, o valente homem vê aproximar-se outro, que corria na sua direcção. Chegado à sua beira o outro diz-lhe:
- O Senhor é espantoso, corajoso, incrível. Eu sou jornalista e amanhã na primeira página do meu jornal estará a seguinte manchete:
"CORAJOSO PORTUENSE SALVA CRIANCA DE MORTE CERTA."
Ao que o lisboeta responde:
- Muito obrigado, mas olhe não sou do Porto, sou de Lisboa, vim visitar uns familiares bla, bla, bla...

No dia seguinte, na primeira página do jornal, a manchete dizia:
"MOURO MATA SEM PIEDADE POBRE CÃO DE FAMILIA."

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  Queijo da Ilha

Depois de vasculhar por aí, o Comité encontrou 147 versões diferentes de uma fábula, que só não é de La Fontaine porque o enredo se passa nos Açores. Para repor alguma ordem nisto decidimos transcrever o original dos nossos arquivos, reza assim:

Certo dia numa escolinha dos Açores, daquelas que o Ministério na altura ainda não tinha fechado, a diligente professora resolveu como TPC pedir aos alunos para fazerem uma composição baseada nas histórias infantis de princesas, fadas e castelos. Tinha era de ser original. No dia seguinte os alunos foram chamados um por um para lerem as suas histórias. Depois da panóplia habitual de histórias lamechinhas e muito pouco originais, muitas delas feitas pelas mamãs, chegou a vez do menino Pauleta, rapaz muito atrevidote bem conhecido pelas suas leviandades, entre as quais andar aos pontapés aos queijos:
- Vou contar-vos a história da prinsusa e das três fadas, era uma vez uma prinsusa...
A professora interrompe-o para corrigir:
- É princesa, menino Pauleta, não se diz prinsusa.
- Nãm, s'tora, aqui é mesmo prinsusa...

- Entãm é assim: era uma vez uma prinsusa que vivia suzinha, na turre do seu castele, e esteva treiste, muito treiste, por estar suzinha. Resolveu entõm enviar um maile a um prinsusu, que tamém vivia suzinho na turre do seu castele. Escrevê muitos mailes, até q'um dia o prinsusu agarrô no sê cavale e calvinhou, calvinhou, calvinhou pela floreste até chegar ao castele da prinsusa. Quando chegô à purta do castele dá-lhe um pontapu e a purta cai. Sobe a correr até à turre da prinsusa, arrebinta com a purta do quarto e vê a prinsusa deitada na sua cama...
- Ele olha para ela deitada, ela olha para ele em pé, ele olha para ela ao pé e depois dá-lhe três fadas...

Moral da história:
Nem todas os contos de fadas são próprios para criancinhas.

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