Comunicades deste mês

Comité Central, domingo, junho 11, 2006

  Smart & creative...

Três prisioneiros de Guantanamo conseguiram suicidar-se.
Após 4 anos de detenção, à margem de qualquer legalidade, além do "quero, posso e mando" típicamente ditado pela Lei do mais forte, e após, ao que parece, muitas tentativas prévias, houve três que conseguiram. Arranjaram maneira de usar lençóis e fronhas, de maneira "criativa", para consumar o acto. Aposta-se que não há mais mudas de cama em Guantanamo, o pessoal que durma sem roupa: é um luxo perigoso que os filhos de Alá usam como arma de guerra. É de espantar que os Estados Unidos não tenham reconhecido anteriormente a sua perigosidade: fartaram-se de procurar por armas de destruição maciça e não deram por esta, uma coisa ali mesmo à mão que pode matar milhões. Tantos quantos, no Islão, têm direito a dormir em lençóis.

Óbviamente é algo que Bush deve dar ordens para corrigir, isto é, a tropa deve recolher todos os lençóis e fronhas do Iraque com prioridade máxima, não vão eles começar a usá-los como arma de guerra contra os Estados Unidos. Segundo o comandante do campo de detenção foi exactamente isso que os três prisioneiros fizeram:

Guantanamo camp commander, Rear Adm Harris said he did not believe the men had killed themselves out of despair.
"They are smart. They are creative, they are committed," he said.
"They have no regard for life, either ours or their own. I believe this was not an act of desperation, but an act of asymmetrical warfare waged against us."


Esperteza e criatividade: aquilo não foi um acto de desespero mas um acto de guerra contra os americanos...

Mas que grandessíssimo palhaço está à frente daquilo. Não, não é do país, isso já a gente sabia, é do campo... Que monte de bosta fardado toma conta deste campo de concentração, à margem de tudo, de todos e de qualquer legalidade ou ponta de moralidade. A Cruz Vermelha, que no início da 2ª Guerra até deu nota máxima, 5 estrelas, aos campos de trabalho que os alemães tinham para os judeus, está farta de pedir o fecho deste campo. Portanto a coisa deve ser séria. A comunidade internacional é tão fácil de enganar quando não quer ver... desde que não bata à nossa porta não há problemas.

Com que direito é que um qualquer bando de malfeitores, colocado fraudulentamente à frente de um país, detém cidadãos de outros países sem apresentar qualquer razão objectiva?
Noutros tempos isto significava a guerra. Hoje em dia ninguém que é gente se arrisca sequer a criticar quanto mais a contrariar ou fazer frente ao bando de malfeitores que está à frente da única superpotência restante: quem é que quer ter uma visita daquelas que o Iraque teve?

O problema é que a bosta que comanda o campo é um produto típico da sua cultura e o tipo de "cultura" que produz este género de pessoas bosta é altamente perigoso. É gente de mente completamente disforme. São alienados sem o saberem. Têm uma visão distorcida do mundo e das outras sociedades. São condicionados por todo um sistema criado e mantido para produzir grandes quantidades de idiotas fáceis de manobrar. Muito poucos conseguem fugir a este condicionamento. Apesar de se acharem muito diferentes, na base não estão muito longe da Coreia do Norte (onde se acredita piamente que todos os passarinhos se calaram simultâneamente quando Kim Il Sung morreu). É apenas uma questão do método empregue para a disseminação da coisa ser de natureza diferente. Contráriamente ao outro dos passarinhos este tem visões em que "Deus" lhe diz o que fazer. O Vaticano, mais experiente nestas coisas, difícilmente confundiria os sintomas do delirium tremens com visões divinas.

Este é o tipo de "cultura" que produz, difunde e defende ideias como as da eugenia, da pureza e superioridade da "raça", da limpeza étnica e cultural, da superioridade do mais forte, das raça "inferiores", etc., etc. Enfim todo o género de diarreia mental com que nos tem contemplado esta sociedade, coisas que vão do Klu-Klux-Klan ao "Inteligent Design". É o tipo de cultura que fácilmente presume que "quem não é por nós é contra nós". É o tipo de cultura que parece resultar da própria base anglo-saxónica de onde provém: por onde essa base tem perdurado vêm-se todas estas coisas e mais a omnipresente mania da superioridade.

A única diferença óbvia entre isto e outro Reich saxónico é que aqui, de cinco em cinco anos, havia eleições. Limitadas mas ainda assim "eleições". Mas isso também se pode ultrapassar, as últimas 2 foram autênticas farsas... e no outro caso o Adolfo também lá chegou por eleições!

Infelizmente a cultura nivela-se por baixo. Tem sido sempre assim. Portanto é esta cultura limitada e tacanha que vai perdurar e dominar por muito tempo, fazendo tábua rasa das outras e reescrevendo a História a seu belo prazer.

Ave Caesar! Morituri te salutant...

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Comité Central, sábado, junho 03, 2006

  Pontos de vista

O Comité nunca entendeu muito bem essa questão da divisão Norte/Sul. Tirando os casos do Polo Norte e do Polo Sul, as posições dos outros locais são sempre coisas muito relativas: Lisboa está a Norte de Marrocos, o Porto está ao Sul de Vigo e Marrakesh é ao Norte de Dakar. Para ilustrar a relatividade destes pontos de vista transcrevemos uma pequena história:

Um dia um lisboeta decide ir ao Porto visitar a sua família. Como era a primeira vez que ia a esta maravilhosa cidade, resolveu dar uma volta para a conhecer melhor. A certa altura, mesmo ao pé da torre dos Clérigos, vê um menino a ser atacado por um Dobberman. Seguindo o seu instinto, corre para junto do pequeno e atira-se para cima do cão. Depois de uma luta intensa e desesperada o corajoso homem consegue agarrar o pescoço do cão e sufoca-o até à morte.

Exausto, o valente homem vê aproximar-se outro, que corria na sua direcção. Chegado à sua beira o outro diz-lhe:
- O Senhor é espantoso, corajoso, incrível. Eu sou jornalista e amanhã na primeira página do meu jornal estará a seguinte manchete:
"CORAJOSO PORTUENSE SALVA CRIANCA DE MORTE CERTA."
Ao que o lisboeta responde:
- Muito obrigado, mas olhe não sou do Porto, sou de Lisboa, vim visitar uns familiares bla, bla, bla...

No dia seguinte, na primeira página do jornal, a manchete dizia:
"MOURO MATA SEM PIEDADE POBRE CÃO DE FAMILIA."

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  Queijo da Ilha

Depois de vasculhar por aí, o Comité encontrou 147 versões diferentes de uma fábula, que só não é de La Fontaine porque o enredo se passa nos Açores. Para repor alguma ordem nisto decidimos transcrever o original dos nossos arquivos, reza assim:

Certo dia numa escolinha dos Açores, daquelas que o Ministério na altura ainda não tinha fechado, a diligente professora resolveu como TPC pedir aos alunos para fazerem uma composição baseada nas histórias infantis de princesas, fadas e castelos. Tinha era de ser original. No dia seguinte os alunos foram chamados um por um para lerem as suas histórias. Depois da panóplia habitual de histórias lamechinhas e muito pouco originais, muitas delas feitas pelas mamãs, chegou a vez do menino Pauleta, rapaz muito atrevidote bem conhecido pelas suas leviandades, entre as quais andar aos pontapés aos queijos:
- Vou contar-vos a história da prinsusa e das três fadas, era uma vez uma prinsusa...
A professora interrompe-o para corrigir:
- É princesa, menino Pauleta, não se diz prinsusa.
- Nãm, s'tora, aqui é mesmo prinsusa...

- Entãm é assim: era uma vez uma prinsusa que vivia suzinha, na turre do seu castele, e esteva treiste, muito treiste, por estar suzinha. Resolveu entõm enviar um maile a um prinsusu, que tamém vivia suzinho na turre do seu castele. Escrevê muitos mailes, até q'um dia o prinsusu agarrô no sê cavale e calvinhou, calvinhou, calvinhou pela floreste até chegar ao castele da prinsusa. Quando chegô à purta do castele dá-lhe um pontapu e a purta cai. Sobe a correr até à turre da prinsusa, arrebinta com a purta do quarto e vê a prinsusa deitada na sua cama...
- Ele olha para ela deitada, ela olha para ele em pé, ele olha para ela ao pé e depois dá-lhe três fadas...

Moral da história:
Nem todas os contos de fadas são próprios para criancinhas.

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Comité Central, segunda-feira, maio 29, 2006

  Geração Entalada

Aqui há uns tempos um qualquer político, ranhoso com certeza, apelidou uma geração inteira como "geração rasca".
E claro que não estava a falar da dele.

Ora há por aí uma geração de que nunca ninguém fala. É uma geração que foi bem lixada, sem dúvida. Continua a sê-lo e parece que há-de sempre sê-lo. Uma geração incómoda, que assistiu a muitas transições, muita bagunça, viu desaparecer a ordem autoritária, dogmática e repressiva e no lugar dela aparecer a bagunça revolucionária, o caos instituído, a destruição sistemática da riqueza em nome de ideais idiotas, em suma, a verdadeira tomada da pocilga pelos porcos.

Essa geração, ainda miúda, sofreu na pele os restos da colonização, a bagunça da "descolonização" e os "feitos" da revolução. Passou, crescendo, pelo vazio da "transição" e agora, madura e no seu auge, assiste à "economização".

Onde é que esta geração entrou no circuito?
Em lado nenhum!

Passou-se dos caquéticos instituídos para os revolucionários convencidos. Depois vieram os manhosos e sabidos liderar as rédeas do poder em seu proveito próprio. Enquanto isso a tal geração sofria com as "experiências" demagógicas da "democracia" em que Portugal era uma República a caminho do "socialismo". Isto estava na constituição. Cresceu a ver destruir o ensino estabelecido para o substituir pela bagunça consentida. "Queremos todos ir para a Universidade" que era anteriormente uma coisa dos "fascistas" e agora era do "Povo".

Destruiu-se o ensino técnico e abandalhou-se o ensino superior. Foi a época das passagens "Administrativas", altura de onde provêm muitos dos actuais governantes. Depois até houve um ano que passou a ser dado na televisão. Pouco depois tudo aquilo que cabia em 11 anos deixou de caber em 12. Inventaram-se os "numerus clausulus", termo em Latim para não ter de se definir em Português semelhante vergonha. Depois criaram-se as "Modernas" universidades privadas e os tais "numerus clausulus" passaram a ter outro significado. Pegou-se na matemática e alterou-se de sobremaneira o significado da distribuição da curva de Gauss. As médias alteraram-se e a curva do sino deslocou-se para a direita: em vez da distribuição média ser em volta do 10 acabou em volta do 18, muito graças às universidades privadas onde a nota gravita em torno da outra nota.

Estatísticamente, do ponto de vista Gaussiano, passámos a ser um país de génios: 90% dos alunos que querem entrar, por exemplo em Medicina, tem média acima de 18. Mas ainda havia médias tristes fora do esquema Gaussiano. Foi aí que interveio o Aníbal. Pela via administrativa acabou com o insucesso escolar legislando que os alunos só podiam chumbar 2 vezes até ao 9º ano. Sábia medida, ficámos logo na média europeia. O problema foi a quantidade de analfabetos que começou a chegar às Universidades.

E a tal geração, onde ficou? Bem, transitou por tudo isto sempre pela parte mais lixada. Não tinha idade para as passagens administrativas e acabou por apanhar com o Serviço Cívico e depois o Propedêutico pela televisão, tudo para atrasar a entrada na Universidade. Ilustre ideia do Sotto Mayor Cardia como meio pedagógico ideal para putos dos 16 aos 18 anos. Aliás, isto foi o início da onda das telenovelas. Lá houve quem, com mais ou menos esforço, conseguisse entrar para um dos 12 cursos-estabelecimentos que tinha de se escolher às cegas. Muitas vezes nem se conhecia o estabelecimento nem o curso. Muitos nem entraram nem estiveram para aturar tanta palhaçada e foram trabalhar.

Mas a banalização do ensino superior foi de tal ordem que nem hoje um curso desses vale grande coisa, tirando honrosas excepções, nem alguém sem um tal curso consegue fácilmente um lugar de escriturário. É vê-los às carradas, licenciados em Direito, como motoristas de taxi, como almeidas (técnicos sanitários), etc. Como pode um humilde ser da tal geração competir com tamanhos requisitos? Lá se vão safando, pelas sombras e pelos cantos, até já não terem idade para trabalhar mas ainda serem muito novos para a reforma. Quanto aos cursos superiores, deixaram de ter qualquer valor acrescentado. Há 30 ou 40 anos valia mais no mercado de trabalho o antigo 5º ano (9º ano actual) do que vale hoje um banal curso superior. A banalização e o facilitismo levaram os cursos abaixo dos níveis do que eram antes cursos técnicos de 3 anos. E é para aí que vão apontar quase todos os cursos superiores no futuro. Quem puder que vá tirar uns MBAs lá fora se quer ter mais algum valor acrescentado. Aliás, de preferência que tire o curso todo lá fora, assim dispensa o MBA. Isto perpetua a tendência de elitização de origem económica: não é com base na qualidade da matéria cinzenta que se consegue ir tirar um curso lá fora. E mesmo quando se conjugam as duas coisas na mesma pessoa, quem tem matéria cinzenta de qualidade não vem oferecê-la para cá.

Mas o que é que isto tem a ver com a tal geração?
É uma geração que até está no auge. Toca de tomar a rédea das coisas nas suas próprias mãos e fazer o que deve ser feito, já dizia o outro, a bem da Nação. Afinal o que é que se passa?

Bem, está-se a tirar a geração dos cinquentas, a tal das passagens administrativas, e a colocar os putos abaixo dos 30, os tais que chegam quase analfabetos à Universidade, onde muitos acabam por tirar uns cursos equivalentes a Dactilógrafos. Substitui-se a incompetência pela ignorância.

Pelo meio fica uma geração entalada. Nem carne nem peixe, apanhada entre duas épocas, lixada em duas épocas, não compactua com incompetências nem se revê nas indolências que se quiseram criar nas gerações das telenovelas e dos surfistas. Ainda se lembra, mal, do que era antes, lembra-se dolorosamente do que foi a transição, vê com desagrado o que é hoje e imagina com aflição o que vai ser amanhã.

Mas está de mãos atadas. A geração das passagens administrativas não quer que ninguém lhes venha cobrar pelas incompetências que se lhes reconhece sobejamente. Assim opta por fazer substituir-se pela geração dos surfistas e das telenovelas, a qual não os contesta. E não só por respeito para com os avós.

É sobretudo porque não têm capacidade para tal e porque querem conservar o emprego!

Isto é tudo a bem da Nação...

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Comité Central, domingo, maio 28, 2006

  Vinte e oitos de Maio

Neste dia, de dúbia memória, aconteceram várias coisas inexplicáveis nos últimos séculos. Há 80 anos a I República foi pró maneta quando um Mendes, que vinha ali da Rotunda, andou às Cabeçadas em nome de uma União Liberal (depois veio a dar-se mal). A coisa começou em Braga, com um Gomes da Costa, e só terminou 50 anos depois, com um Costa Gomes.

Começou mal, e porcamente, como é costume nacional. Depois lá estabilizou lentamente com Carmona, muito pelo apoio de António de Oliveira, Ministro das Finanças: "Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o país estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar"

Esta arrogância haveria de ressurgir 80 anos depois, curiosamente não só num Ministro das Finanças, com muito menos qualidades, diga-se, mas também num Primeiro Ministro, ainda com menos.

Não é de espantar esta colagem dupla. Pouco tempo depois o até então Ministro das Finanças alavancou-se em Presidente do Concelho, que era como se chamava aos Primeiro Ministros na altura, e por lá ficou até cair da cadeira. E tinha razão, não foram poucos meses, foram 48 anos que aquela cadeira durou. Diga-se de passagem que hoje já não se faz mobília daquela.

E veja-se que o discurso do actual ocupante da cadeira se tornou muitíssimo mais arrogante:
"Sei muito bem o que quero e para onde vou: OTA e TGV. E não se me exija que chegue lá ao fim muitos anos, tem de ser já, antes do fim do mandato. No mais, que o país não chateie, esteja ausente, não reclame, não discuta, e que obedeça a tudo quanto eu mandar"

O outro António de Oliveira que por lá passou caiu da cadeira em muito pouco tempo. Aliás, não caíu, saltou da cadeira em andamento e fugiu, desesperado com a bodega que tinha feito. A importância de se chamar António de Oliveira ficou assim desmistificada. É o lugar e a arrogância que fazem o monge, não o nome. É indiferente se o ocupante se chama Pinto de Sousa ou António de Oliveira.

Mas também pode ser um problema da cadeira. O José António que lá esteve a seguir também saltou e fugiu, mas foi para um emprego melhor. Está bem, o outro António agora também está na ONU, mas isso foi depois. Além disso o José António tinha a desculpa de estar a fugir da bodega que o outro António tinha feito. Mas também tem na consciência o ter proferido o "discurso da tanga" que iniciou o actual ciclo de depressão psicológica.

Para concluir, hoje, exactamente 80 anos depois desse original 28 de Maio, tudo o que representa actualmente o orgulho nacional (isto é, as selecções de futebol, pois não temos mais nada) sofreu mais um rude golpe:
Os putos lá foram eliminados, quando havia tanta esperança de conseguir vencer a Alemanha por 3-0.

Francamente, uma tarefa tão fácil, como é que eles conseguiram falhar?
Não terá sido um bocadinho de falta de humildade e a síndrome do estrelato, com que abordaram os jogos anteriores?
Se calhar foi, mas...

A coisa meteu cabeçadas e começou em Braga.
Coincidências?

Raios partam os 28 de Maio.

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  Semos Portugueses...

"Semos Portugueses porque queremes!"
Não há duvida, a bem dizer, que a Ilha, como o primeiro milho, é dos pardais.
E talvez quiçá das gaivotas, que também era bicho que havia por lá originalmente.

O que é que é isso do quererem? Acho que na tiverem foi outra hipótese. Nós, sim! Semos Portugueses porque queremos, ou melhor, porque os nossos antepassados assim o quiserem. Até já cá tivemes Filipes, portanto não é por causa de mais um mau governo, ou mesmo de muitos, que vamos deixar de o querer.

Mas o pessoal da Ilha 'tá farte do Governo nacional, socialista, do Contenente?
Também nós, caramba, também nós. Sorte a deles que na têm que levar com o Pinto de Sousa todos os dias aqui nesmo ao lade. Passa o tempe em spots publicitários a tentar vender a retoma que ainda na veio, nem se sabe quande vem, e a tentar explicar o inexplicável: as suas medidas governativas.

Aliás, aqui fazia-se um pequeno à parte, uma respeitosa interrupção ao tema: será que o arrogante e omnisapiente engº já considerou que o seu gabinete poderia, talvez, patrocinar uma ou outra novela ou mesmo alguns reality-shows sobre estes temas?

Por exemplo, para as Finanças tínhamos "Impostos sem açúcar", "Dei-te quase tudo" ou "Saber mamar". Sobre o governo tínhamos "Sonhos traídos", "Mistura grossa", "Academia dos Ranhosos" ou até "A Vida é breve" (que está para começar e podia ser já patrocinada). Sobre o queridíssimo (arghh) PM podíamos ter "Ninguém como tu", "Mundo cão", "Fala-me de impostos", "Jardins Proíbidos" ou mesmo "Batatoon" (sob condição de ser classificado AP18). Sobre o Ministro das Finanças tínhamos "Filha da... aliás, do mar", "Pig Brother", "Novos Aventureiros", "Fiel ou infiel", etc.
Estão a ver a ideia, aliar um pouco de publicidade governativa à telenovela em vez de deixar isso só para os telejornais...

Voltando ao tema anterior sobre o "tar farte de": Pois, em compensação nós na temos que levar c'o Ti Alberto João. Claro que a compensação é pequena, o pessoal da ilha deve 'tár-nos a ganhar aos pontos...

O mê querido homocoiso(*) duvida que Portugal ainda tenha barcos que cheguem para ocupar a ilha. Pois eu duvido que Portugal ainda tenha barcos.

A Ilha é um jardim, rodeado de mar por todos os lades. O contenente também é um jardim, à beira mar plantado. De um lade também temos mar, mas do outro só temos marda.

A Ilha recebe subsídios de insularidade cá do Contenente. Cá recebemos subsídios para atrasadinhos, vêm do Contenente Êropeu.

Finalmente, na Ilha "somos Portugueses porque queremos". Caramba, também nós aqui no Contenente, também nós. Mas desde o avô Afonso que há quem duvide desse querer. Nas últimas décadas até os mais patriotas começam a pensar duas vezes se vale a pena aturarmos tudo isto só pra dizer que somos Portugueses porque queremos.

Assim como assim, será que na podemos ser todos Maderenses?



(*) Nada de confusões: "homocoiso" não tem nada a ver com "coisos". O termo certo é que na existe. Temos homónimo, homógrafo e homófono, mas na temos nada sobre a similitude de personalidades ou personagens, daí o homocoiso. A língua Portuguesa (e também a Maderense) é que é muite traiçoeira. Ninguém tem culpa (tirando os próprios) se os "coisos" também são "homo qualquer coisa". Aliás, há por aí (ou havia antes deste governo) muite homo que não é "coiso": homofobo, homólogo ou mesmo homo sapiens (embora alguns destes, sem dúvida, sejam "coisos").

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  Soneto ao António

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo deste país, descontente,
Repousa lá na ONU eternamente
Que a vida cá da terra é sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
A memória do país te traz contente,
Não te esqueças de olhar atentamente
Que já nada sobra do pouco que cá viste.

E se vires que pode merecer-te
Algum tacho daqueles que ficou
Mesmo restos, que remédio, que dizer-te?

Roga a Deus, que teu mandato encurtou,
Que nunca por cá nos leve a ver-te,
Pois tudo, depois de ti, piorou.

Luís Vais de Cascais

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Comité Central, quinta-feira, maio 25, 2006

  Timor a ferro e fogo

Não é de espantar, face à ingenuidade política das imaturas autoridades Timorenses.
Então, tendo um problema nas forças armadas resolvem, políticamente, num universo de 1400 ou 1500 soldados despedir 600 de uma vez só?
Ainda por cima tendo em atenção o passado de guerrilheiros de muitos desses soldados, estavam à espera que ficassem quietos?
Não aprenderam nada com o Pinto de Sousa?

A forma políticamente correcta de fazer a coisa era ir despedindo o pessoal aos bocadinhos. Começava-se por arranjar um problema lateral ao major revoltoso, qualquer coisa grave na área militar, tipo acusação de conjurar para derrubar o governo, e tratavam de metê-lo dentro. Depois caçava-se os cabecilhas auxiliares sob acusação de cumplicidade na conjura para derrubar o governo.

A seguir, para desestabilizar um bocado os futuros despedidos, impunham-se meia dúzia de medalhas a alguns deles pelo seu papel na denúncia da conjura. Tinham de se escolher bem os medalhados, deviam ser entre aqueles com ainda alguma capacidade de comando. Logo de seguida os que não tinham sido medalhados encarregavam-se de lhes limpar o sebo, por traição, e claro, o poder instituído deitava-lhes a mão, por homicídio.

Nesta altura estaríamos reduzidos, talvez, a 500 dos potenciais revoltosos, que teriam entre eles muito pouca capacidade de organização e de comando. Estava na altura de uma manobra à Pinto de Sousa: enquanto ainda se negociavam aumentos salariais para os militares, publicava-se, entre duas reuniões de negociação, uma Lei a dizer que os aumentos ficavam congelados por 3 anos, devido à situação económica do País. Isto gerava logo um sentimento de revolta profundo, mas antes que cristalizasse, ou seja logo no dia a seguir, promoviam-se generosamente todos os suspeitos de colaboração com a Indonésia, nos militares e na polícia.

Os outros viravam a recente fúria contra os promovidos e limpavam-lhes o sebo de imediato. Nesta altura tinha-se a polícia e as forças armada livres de colaboracionistas. Os potenciais revoltosos, sem cadeia de comando e um bocado desnorteados, estariam com isto tudo reduzidos a uns meros 400. 150 destes podiam ser directamente presos e acusados do homicídio dos outros, houvesse ou não provas. Sobravam 250, 50 dos quais seriam louvados por terem denunciado os assassinos dos colaboracionistas. Esses estariam todos mortos, discretamente, ao fim de uma semana.

Os 200 restantes seriam espalhados por várias unidades, o menor número possível em cada uma, para não ficarem muito juntos. No prazo de 1 ano deviam ser todos afastados com acusações várias e não relacionadas.

Era algo como isto que faria um governo experiente.

Não, o do Pinto de Sousa, não. Também não tem experiência que chegue, ainda se está a treinar com os civis.

Mas veja-se o que aconteceu quando aquele governante, experientíssimo, caíu da cadeira aqui há uns anos. O fulano que se lhe seguiu, relativamente novo e um bocado inexperiente, não soube lidar com este tipo de coisas, pôs-se com falinhas mansas, conversas em família, toca de promover milicianos à farta e pimba, pouco depois deu no que deu.

Bem, agora lá vai a GNR outra vez para o barulho.
Mas ao menos aqui a missão ainda diz qualquer coisa a muitos de nós.
O que é que raio diabo estavam eles a fazer no Iraque?

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  Semos os Maiores

Ena pá, semos os maiores na bola...
Atão na é que na ganhámos nada!
Isto é que é altruísmo, deixar os Francius e os Sérbios ganharem só pra na ficarem com má impressão nossa.

Como bons anfitriões deixámos os convidados passar à frente, que mais podia ser?
Então com jogadores daquela categoria, uma coisa destas só podia ser táctica do treinador, seleccionador ou lá o que ele é.

Como preparação para a campanha da Selecção A, não está nada mal. Assim as outras selecções vão pensar que na Alemanha vamos fazer o mesmo e pimba... perdemos os 3 primeiros jogos e eles são apanhados de surpresa!

G'anda táctica Agostinho!

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Comité Central, segunda-feira, maio 15, 2006

  O Pasquim do Jaquim

Era uma vez um Jaquim, homem barbudo e robusto, baixinho e atarracado, em tempos andou na ribalta, mas agora, ele e a malta, andam muito mais pró lado. Figurinha da TV, foi prá política, já se vê, quando a coisa deu pró torto, e para não ficar como morto, lá se arranjou um pasquim onde o pobre do Jaquim está da pena absorto.

E sai uma colunita, na última paginazita, com o nome do pasquim, e uma hora a mais, enfim, onde o pobre do Jaquim opina assim assim. Vai daí que o Jaquim, sem tema que valha assim, quase sempre se sai, com alguma que não vai, destoar tanto assim do valor do seu pasquim.

Às vezes até que sai alguma mais popular, mas francamente não vai, por essa razão deixar, que fique sempre a pensar, que quando sai bacorada, a gente, mal informada, o pode sempre ignorar.

Ainda não há muitos dias, o Jaquim sem outro tema, emprenhado como os outros, pelos ouvidos bacocos, por quem arte faz da via da muita demagogia e da plena incompetência, resolveu falar da borla, que à nossa custa e esmola, uma malvada cartola, daquelas do tribunal, queria andar a passear, sem nada ter que pagar, e depois saiu-se mal.

Conclui o nosso Jaquim, no seu jornal de pasquim, onde está essa justeza, não existe concerteza, dessa borla tão atroz, paga por todos nós? Coitado do Jaquinzinho, será da surdez ou do vinho, que fala quando não sabe, mas diz o que faz feliz o ouvido do povinho, mesmo que seja parvinho? Será que por contrato tem de ficar no mesmo extracto onde está o pasquinzinho?

Será que o pasquinzito não fornece lá um carrito pra quando há que sair? Mesmo que seja em serviço, será que todo o noviço no seu carro deve ir? Ou tomou este Jaquim, como sendo um privilégio, que quando a Lei o diz assim, quem quer fornecer transporte, deve assegurar o porte de quem o Estado acha que sim? Não terão lido o contrato, serão imbecis assim? Quem quer assegurar a função aceitou a condição, nada mais à a fazer que cancelar a licença se agora acham que não.

Muito não deve tardar pra que o outro iluminado, o Alberto empeneirado, comece por não pagar, ponha o Jaquim a falar, arranje outra confusão e acabe por retirar, aquilo que sempre foi, visto como obrigação. Depois é só arranjar uma empresasita privada que cumpra essa função, a troco de um dinheirão. Nem será de um amiguito nem pagará comissão!

Não será antes um privilégio trabalhar no pasquinzito, esse jornal erudito, pago por todos nós, com um resultado atroz?

Coitado do Jaquinzinho
Nem com arroz de tomate arranja melhor servicinho...

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