Comunicades deste mês

Comité Central, domingo, maio 28, 2006

  Vinte e oitos de Maio

Neste dia, de dúbia memória, aconteceram várias coisas inexplicáveis nos últimos séculos. Há 80 anos a I República foi pró maneta quando um Mendes, que vinha ali da Rotunda, andou às Cabeçadas em nome de uma União Liberal (depois veio a dar-se mal). A coisa começou em Braga, com um Gomes da Costa, e só terminou 50 anos depois, com um Costa Gomes.

Começou mal, e porcamente, como é costume nacional. Depois lá estabilizou lentamente com Carmona, muito pelo apoio de António de Oliveira, Ministro das Finanças: "Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o país estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar"

Esta arrogância haveria de ressurgir 80 anos depois, curiosamente não só num Ministro das Finanças, com muito menos qualidades, diga-se, mas também num Primeiro Ministro, ainda com menos.

Não é de espantar esta colagem dupla. Pouco tempo depois o até então Ministro das Finanças alavancou-se em Presidente do Concelho, que era como se chamava aos Primeiro Ministros na altura, e por lá ficou até cair da cadeira. E tinha razão, não foram poucos meses, foram 48 anos que aquela cadeira durou. Diga-se de passagem que hoje já não se faz mobília daquela.

E veja-se que o discurso do actual ocupante da cadeira se tornou muitíssimo mais arrogante:
"Sei muito bem o que quero e para onde vou: OTA e TGV. E não se me exija que chegue lá ao fim muitos anos, tem de ser já, antes do fim do mandato. No mais, que o país não chateie, esteja ausente, não reclame, não discuta, e que obedeça a tudo quanto eu mandar"

O outro António de Oliveira que por lá passou caiu da cadeira em muito pouco tempo. Aliás, não caíu, saltou da cadeira em andamento e fugiu, desesperado com a bodega que tinha feito. A importância de se chamar António de Oliveira ficou assim desmistificada. É o lugar e a arrogância que fazem o monge, não o nome. É indiferente se o ocupante se chama Pinto de Sousa ou António de Oliveira.

Mas também pode ser um problema da cadeira. O José António que lá esteve a seguir também saltou e fugiu, mas foi para um emprego melhor. Está bem, o outro António agora também está na ONU, mas isso foi depois. Além disso o José António tinha a desculpa de estar a fugir da bodega que o outro António tinha feito. Mas também tem na consciência o ter proferido o "discurso da tanga" que iniciou o actual ciclo de depressão psicológica.

Para concluir, hoje, exactamente 80 anos depois desse original 28 de Maio, tudo o que representa actualmente o orgulho nacional (isto é, as selecções de futebol, pois não temos mais nada) sofreu mais um rude golpe:
Os putos lá foram eliminados, quando havia tanta esperança de conseguir vencer a Alemanha por 3-0.

Francamente, uma tarefa tão fácil, como é que eles conseguiram falhar?
Não terá sido um bocadinho de falta de humildade e a síndrome do estrelato, com que abordaram os jogos anteriores?
Se calhar foi, mas...

A coisa meteu cabeçadas e começou em Braga.
Coincidências?

Raios partam os 28 de Maio.

  Bocas da reacçãm:

brilhante exposição histórica...

e se se acabassem com as cadeiras?...
 

Não servia, estes agora fazem de pé em homenagem às mãezinhas...
 

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