Comunicades deste mês

Comité Central, quinta-feira, maio 25, 2006

  Timor a ferro e fogo

Não é de espantar, face à ingenuidade política das imaturas autoridades Timorenses.
Então, tendo um problema nas forças armadas resolvem, políticamente, num universo de 1400 ou 1500 soldados despedir 600 de uma vez só?
Ainda por cima tendo em atenção o passado de guerrilheiros de muitos desses soldados, estavam à espera que ficassem quietos?
Não aprenderam nada com o Pinto de Sousa?

A forma políticamente correcta de fazer a coisa era ir despedindo o pessoal aos bocadinhos. Começava-se por arranjar um problema lateral ao major revoltoso, qualquer coisa grave na área militar, tipo acusação de conjurar para derrubar o governo, e tratavam de metê-lo dentro. Depois caçava-se os cabecilhas auxiliares sob acusação de cumplicidade na conjura para derrubar o governo.

A seguir, para desestabilizar um bocado os futuros despedidos, impunham-se meia dúzia de medalhas a alguns deles pelo seu papel na denúncia da conjura. Tinham de se escolher bem os medalhados, deviam ser entre aqueles com ainda alguma capacidade de comando. Logo de seguida os que não tinham sido medalhados encarregavam-se de lhes limpar o sebo, por traição, e claro, o poder instituído deitava-lhes a mão, por homicídio.

Nesta altura estaríamos reduzidos, talvez, a 500 dos potenciais revoltosos, que teriam entre eles muito pouca capacidade de organização e de comando. Estava na altura de uma manobra à Pinto de Sousa: enquanto ainda se negociavam aumentos salariais para os militares, publicava-se, entre duas reuniões de negociação, uma Lei a dizer que os aumentos ficavam congelados por 3 anos, devido à situação económica do País. Isto gerava logo um sentimento de revolta profundo, mas antes que cristalizasse, ou seja logo no dia a seguir, promoviam-se generosamente todos os suspeitos de colaboração com a Indonésia, nos militares e na polícia.

Os outros viravam a recente fúria contra os promovidos e limpavam-lhes o sebo de imediato. Nesta altura tinha-se a polícia e as forças armada livres de colaboracionistas. Os potenciais revoltosos, sem cadeia de comando e um bocado desnorteados, estariam com isto tudo reduzidos a uns meros 400. 150 destes podiam ser directamente presos e acusados do homicídio dos outros, houvesse ou não provas. Sobravam 250, 50 dos quais seriam louvados por terem denunciado os assassinos dos colaboracionistas. Esses estariam todos mortos, discretamente, ao fim de uma semana.

Os 200 restantes seriam espalhados por várias unidades, o menor número possível em cada uma, para não ficarem muito juntos. No prazo de 1 ano deviam ser todos afastados com acusações várias e não relacionadas.

Era algo como isto que faria um governo experiente.

Não, o do Pinto de Sousa, não. Também não tem experiência que chegue, ainda se está a treinar com os civis.

Mas veja-se o que aconteceu quando aquele governante, experientíssimo, caíu da cadeira aqui há uns anos. O fulano que se lhe seguiu, relativamente novo e um bocado inexperiente, não soube lidar com este tipo de coisas, pôs-se com falinhas mansas, conversas em família, toca de promover milicianos à farta e pimba, pouco depois deu no que deu.

Bem, agora lá vai a GNR outra vez para o barulho.
Mas ao menos aqui a missão ainda diz qualquer coisa a muitos de nós.
O que é que raio diabo estavam eles a fazer no Iraque?

  Bocas da reacçãm:

Bem... que enredo que aí criaste... Matavam-se todos... :S
 

Bem, é esse o objectivo do político experiente para os seus inimigos.
E daí lava as suas mãos...
 

Pois... só por cá a morte é lenta...
 

Mandar uma boca


«« Sala de Entrada